Hollywood tem um jeito estranho de se apoderar de grandes franquias, fica claro que diferente do mundo, eles não suportam ver filmes legendados e se sentem incomodados com qualquer coisa que faça muito barulho sem eles no meio.
A serie Millennium é um caso de amor e ódio, quando o falecido jornalista Stieg Larsson escreveu os primeiros três livros, foi um sucesso… do tipo que simplesmente aconteceu e ninguém sabe por que.Com personagens profundos, cheios de camadas e tramas complexas, não apenas toraram sua obra difícil de entender, mas se tornou algo que, você ama ou odeia. Hollywood é invejosa e decidiu fazer o primeiro filme do seu jeito, em Millennium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres, acabamos com as duas versões produzidas, uma americana e outra sueca, a primeira muitos odiaram e poucos entenderam, já a segunda… foi um presente para os fãs dos livros. Isso fez com que os outros dois filmes não fossem feitos na terra do tio Sam!
Em 2004 Stieg Larsson faleceu, e aparece David Lagercrantz, contrato pela a editora Norstedts para continuar a serie Millennium, ele estuda todas as anotações deixada por Larsson, aqui podemos afirmar que David utilizou a famosa “licença poética”, o que era uma serie profunda, cheia de detalhes e personagens com problemas complexos. Se transforma em algo diferente, com mais ação, problemas mais rasos e intrigas internacionais, algo que deixou os fãs dos livros chateados, mas agradou Hollywood!
David Lagercrantz, fez pequenas alterações que mudaram toda a obra original, algo perfeito para os famosos reboots que Hollywood adora. Esquecendo os dois filmes que faltavam, decidiram recomeçar do primeiro livro lançado por David, Millennium: A Garota na Teia de Aranha, algo tão diferentes do que Stieg costumava escrever, que da serie Millennium apenas tivemos apenas uma vaga lembrança.
Em Millennium: A Garota na Teia de Aranha, conhecemos uma nova Lisbeth Salander (Claire Foy), esqueça aquela pessoa complexa cheia de camadas, agora temos uma justiceira que está disposta a se vingar de todos os homens, sim… com seu próprio senso de justiça, ele persegue e faz justiça com todos os caras que abusaram de alguma maneira de alguma mulher, ela não faz parte de nenhum movimento politico, não se diz feminista e muito menos age como mulher que briga por direitos. Ela simplesmente é uma justiceira que carrega traumas passados e não quer que isso aconteça com mais nenhuma mulher. Lisbeth é uma hacker e uma seu conhecimento para seus próprios fins, como parte de seu trabalho ela é contratada para um novo “projeto”, que envolve um cientista sueco e a inteligencia americana, sim… lembra um pouco missão impossível.
Não foi apenas Lisbeth, mas Mikael Blomkvist (Sverrir Gudnason) também está diferente, no decorrer dos filmes, notamos varias vezes que sua participação na trama é descartável, seu personagem fica perdido em muitos aspectos, chegando muito perto de um crise de identidade. O que era uma pessoa forte que desvendava quebra cabeça com as informações que Lisbeth hackeava, nesse filme ele simplesmente é uma sombra do que sobrou do passado da franquia, sendo muitas vezes “carregado” pelo o roteiro.
Para os fãs da obra literaria Millennium, o filme não agrada, pelo o contrario, é decepcionante e até mesmo um pouco ofensivo com a memória de Stieg. Agora como um reboot para uma franquia de uma heroina moderna, forte e com traços marcante. Ele cai muito bem, Lisbeth Salander faz parte agora de Hollywood, quer você queira ou não, ela vai ser explorada como a hacker vingadora que desvenda crimes internacionais e ajuda quem precisar, quer você goste ou não, é isso que Millennium se tornou, ACEITA QUE DOI MENOS!
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